Balsa utilizada no garimpo ilegal em terra indígena é destruída em Ourilândia do Norte

Uma ação foi deflagrada para combater crimes ambientais e extração ilegal de ouro na Terra Indígena Kayapó, no município de Ourilândia do Norte, sudeste do Pará. A Polícia Federal, com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), estiveram no local, no sábado (10/08), e destruíram uma balsa usada nas atividades ilícitas. Um homem, que estava no local, foi identificado como dono do garimpo fluvial e responderá a inquérito policial.

Esta é a sétima ação da PF nesta Terra Indígena, desde maio deste ano. Conforme as autoridades, a balsa de garimpo de ouro estava estacionada no Rio Fresco, próximo ao encontro com o Rio Branco. A embarcação, com custo estimado de R$ 250 mil, foi inutilizada no local, devido a impossibilidade de sua remoção. Também foram apreendidos uma caminhonete e um barco tipo voadeira, de cinco metros, com motor de 15 hp.

No momento da abordagem, três pessoas estavam na embarcação, realizando ajustes e preparando o reabastecimento. Uma delas é cozinheira, esposa do dono da balsa. A TI Kayapó faz parte da lista de terras indígenas a sofrerem desintrusão por ordem do STF e é uma das terras indígenas mais devastada do país pela ação indiscriminada dos garimpeiros.

Ao longo dos últimos anos, a Polícia Federal tem combatido crimes nessa área indígena, já tendo realizado diversas operações, mas os infratores insistem no crime. A ação de sábado dá continuidade a uma série de operações programadas para serem realizadas pela Polícia Federal ao longo do ano, que irão anteceder à desintrusão.

A Terra Indígena Kayapó está na lista de áreas que deverão ser desocupadas conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (ADPF 709/2020) e é uma das terras indígenas mais afetadas pela ação ilegal de garimpeiros no país.