As embarcações se deslocaram para o que antes era o fundo do Rio Solimões. Em Tabatinga - na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru -, quem não conseguiu chegar a tempo, encalhou. Aline é dona de um flutuante. A seca fez os turistas sumirem.
"Nosso sustento diário, quando o rio estava cheio, era a balsa flutuante”, conta a comerciante Aline Isabela.
As cidades do Alto Solimões, como Tabatinga, estão em situação mais crítica, com dificuldade para receber insumos e água potável. Depois da seca histórica de 2023, o governo do estado e representantes da sociedade civil se organizaram para minimizar os efeitos de uma nova estiagem, que em 2024 chegou mais cedo e atrapalhou o planejamento.
"Para vocês terem ideia, a mínima do ano passado, que foi o ponto mais crítico, aconteceu na primeira quinzena de outubro, e essa mínima provavelmente iremos alcançar no final deste mês. Ou seja, tivemos uma antecipação de aproximadamente dois meses comparando com o ano passado”, afirma o coronel Clóvis Araújo, secretário-adjunto da Defesa Civil/AM.
A tela mostra o monitoramento do Rio Solimões que é feito pela Defesa Civil. Para ter uma ideia do impacto da estiagem, em 20 de agosto de 2023, o nível do rio estava com 2,56 m. E, hoje, exatamente um ano depois, está com 7 cm.
O pesquisador Andre Martinelli explica que os efeitos da seca em Tabatinga são sentidos em Manaus e nas cidades banhadas pelo Rio Negro em um intervalo de até 20 dias.
"O que a gente observou em Tabatinga nas duas últimas semanas, na última quinzena, foi uma descida muito abrupta, e isso já começou a se refletir aqui em Manaus. O que a gente espera agora é justamente que essa onda de escassez de Tabatinga vai ser sentida, percebida, aqui no Rio Negro em Manaus”, diz Andre Martinelli, pesquisador em Geociências.
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