A manifestação convocada por organizações de esquerda neste domingo (30) em São Paulo reuniu 6.600 pessoas, segundo estimativa da Universidade de São Paulo (SP). O protesto, iniciado na praça Osvaldo Cruz, no final da Avenida Paulista, desceu em passeata o bairro do Paraíso, pedindo a prisão de Jair Bolsonaro, réu em processo por tentativa de golpe de estado. Há duas semanas, o ex-presidente tinha conseguido reunir em seu favor 18 mil pessoas no Rio.
O ato da esquerda foi convocado na semana passada contra a vontade de algumas lideranças partidárias do setor, que temiam não conseguir levar uma massa razoável de pessoas às ruas. Antes de ter uma estimativa independente de público, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), um dos organizadores do ato, disse considerar a manifestação um sucesso.
O protesto da esquerda foi preparado com cerca de uma semana de antecedência, e depois de Bolsonaro ter conseguido reunir reunido um volume maior em Copacabana no dia 16 de março, também segundo a USP.
A esquerda, mesmo com manifestação menor, conseguiu ampliar um pouco o público em São Paulo em relação à sua tentativa anterior, com 4,7 mil pessoas num ato contra a escala de trabalho 6 x 1 em 15 de novembro de 2024.
— Muitos companheiros do nosso campo ficaram em dúvida sobre se seria bom ir as ruas nesse momento — afirmou Boulos. — Mas eu aprendi em mais de 20 anos militando no movimento social e no movimento sem teto que, se a gente não toma as ruas, o outro lado toma.
O parlamentar, que discursou de um carro de som no final da manifestação, buscou argumentar que o protesto da esquerda teria sido maior do que aquele organizado pela direita para defender a inocência de Bolsonaro.
Pouco mais de uma hora depois do fim do protesto, que ocorreu aproximadamente das 13h às 17h, o cientista político Pablo Ortellado, que coordena o levantamento da USP, divulgou sua estimativa de 6.600 participantes.