O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) afirmou em entrevista ao Poder360 que o “Pará está sofrendo em termos financeiros para preparar a COP30”. A capital do Estado, Belém, é a sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a ser realizada de 10 a 21 de novembro de 2025.
“O Pará está sofrendo em termos financeiros para preparar a COP30. São empréstimos do BNDES vultosos, preocupa”, declarou o congressista. Para ele, na prática, essas conferências impõem restrições à produção, mas os recursos prometidos aos países em desenvolvimento, como os US$ 100 bilhões por ano acordados, segundo ele, “nunca” aparecem.
“Se a COP30, com todos os defeitos, trouxer dinheiro para ajudar o Brasil a começar a mudar essa matriz produtiva, modernizando, trazendo menos impactos, fazendo muito mais tecnologia, maravilha, mas, vamos aguardar para ver. Vamos ver se dessa vez esse dinheiro aparece”, disse.
“Pará está sofrendo em termos financeiros para preparar a COP30”. - Senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
O congressista declarou também que a principal preocupação é que, “após 15 ou 20 dias de evento, o que fique seja mais um “elefante branco”. Comparou a conferência sobre o clima a eventos esportivos realizados no Brasil, como a Copa em 2014 e as Olimpíadas em 2016.
“Terminou, vai todo mundo embora [referindo-se a COP 30]. E todo esse investimento que foi feito de repente não tem a utilidade que precisava se dar a eles. Lembra das Olimpíadas? O tanto que o Brasil gastou… Lembra da Copa do Mundo? Tanto que o Brasil gastou. E hoje, o que é que está gerando esse investimento? Praticamente nada. Tá dando despesa. O que tem que fazer manutenção de uma coisa que não traz retorno”.
A seguir, leia outros temas abordados na entrevista e o que disse Zequinha:
anistia aos presos do 8 de Janeiro – afirmou ser uma “questão humanitária” e defendeu que o julgamento dos envolvidos nos ataques de 2023 deveria ter sido realizado na 1ª Instância, não no Supremo Tribunal Federal;
candidatura de Bolsonaro – “A anistia pode mudar o jogo. Os processos que o condenaram são mais políticos que criminais. Se ele [Jair Bolsonaro] não for candidato, com certeza vai apoiar alguém que represente a direita”;
lei da reciprocidade – “Se a gente não tiver um mínimo de condições de responder à altura aquilo que nos é imposto, mostrando aqui nossas vantagens comparativas, a gente vai para o fundo do poço imediatamente. Não vamos produzir mais nada”;
fusão entre Podemos e PSDB – declarou ser favorável, destacando que a união pode fortalecer a nova legenda no Congresso Nacional.