Um influenciador apelidado de "Kim Kardashian da China", em razão de suas roupas extravagantes e demonstrações de riqueza, foi banido das redes sociais do país junto de dezenas de outras pessoas que se gabavam de esbanjar produtos de luxo. As informações são do Financial Times.
O abrupto sumiço online nesta semana de Wang Hongquanxing, que já se gabou de nunca ter saído de casa com joias e roupas no valor de menos de R$ 10 milhões (US$ 1,4 milhão), faz parte da mais recente campanha do governo para manter seu domínio sobre a cultura de mídia social da China.
Wang e os outros influenciadores, conhecidos por seus vídeos curtos, foram banidos por várias plataformas de mídia social chinesas, incluindo Weibo, Douyin e Xiaohongshu depois que o órgão regulador da internet anunciou uma campanha contra a "criação de personas ostensivas". As páginas de perfil de Wang, cujo nome verdadeiro é Wang Hongquan, foram declaradas inacessíveis devido à "violação das regras de autodisciplina".
A economia da China cresceu a uma taxa anual de cerca de 5% no primeiro trimestre, mas analistas dizem que outros indicadores mostram que as condições reais são mais difíceis do que os números sugerem, tornando as autoridades ainda mais sensíveis a quaisquer fontes de possível descontentamento. Essa campanha "educadora" contra influenciadores ricos começou em abril, quando a Administração do Ciberespaço da China, o órgão de vigilância da internet, anunciou que iria coibir comportamentos como "mostrar deliberadamente um estilo de vida luxuoso construído sobre a riqueza".
As plataformas de internet responderam na semana passada prometendo reprimir a "extravagância e o desperdício" e a "ostentação e materialismo". Os sites ainda disseram que "uma vez que o materialismo começa a se espalhar, ele pode ter uma má influência sobre os adolescentes... Portanto, essa tendência de luxo na internet precisa ser interrompida", informou o veículo estatal Beijing News.