O apresentador Ratinho criticou os investimentos públicos previstos para a realização da COP 30 em Belém, faltando pouco mais de cinco meses para a conferência climática da ONU. Ratinho afirmou que não se opõe à realização do evento, mas considera equivocada a forma como os recursos estão sendo aplicados. “Não adianta fazer uma COP com muita festa e pouca estrutura”, declarou.
”Qual a necessidade de nós fazermos essa COP30 e gastarmos bilhões em Belém do Pará, um lugar onde falta comida", afirmou. "Um lugar onde não tem infraestrutura. Quer dizer que vai gastar cinco, seis bilhões (de reais) pra fazer uma COP30, pra trazer todo mundo pra lá, sem nenhuma estrutura" disse, ainda comparando a situação com os gastos da Copa do Mundo de 2014, quando foram construídos estádios em locais com pouca demanda.
As declarações geraram repercussão negativa entre moradores da região Norte e defensores da realização da COP30 em Belém. Para eles, o evento representa uma oportunidade importante de valorização da Amazônia e de projeção internacional da capital paraense.
Ratinho afirmou que sua crítica não é ao Pará, mas ao que classificou como prioridades distorcidas. “Se faça a COP, mas que se gaste menos em festa e mais em infraestrutura. Por que não gastar mais em casa popular? Por que não gastar mais em saneamento básico?”, questionou, durante fala recente em seu programa.
Em resposta, Helder Barbalho convidou o apresentador a visitar Belém: “Eu quero convidar ele, que venha aqui. Acho que seria muito bem-vindo. Seria um prazer poder receber e mostrar a ele, in loco, vindo aqui, conhecer Belém. E quero aproveitar e dizer que ele será muito bem-vindo de estar aqui para que nós possamos mostrar a Amazônia, para que ele conheça a Amazônia”.
O apresentador também comentou a dimensão da Amazônia e afirmou que ninguém conhece totalmente a região. “Claro que o senhor \[Helder] deve conhecer muito melhor que eu. Mas eu diria que ninguém conhece a Amazônia, pelo tamanho que ela tem e pela importância que representa.”
COP 30
A COP 30 está marcada para novembro de 2025 e será a primeira vez que uma cidade da Amazônia receberá a conferência climática da ONU. Mais de 30 mil pessoas são esperadas, entre chefes de Estado, especialistas e representantes de organizações internacionais.
Investimentos
Segundo dados oficiais, os investimentos para o evento somam mais de R$ 7 bilhões, incluindo obras de mobilidade urbana, saneamento, segurança, ampliação da rede hoteleira e reforma do aeroporto de Belém.