A saída de Rossieli Soares do comando da Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC) caiu como uma bomba no cenário político local. A decisão foi motivada, segundo fontes próximas ao governo, por uma grave crise orçamentária e financeira enfrentada pela gestão do governador Helder Barbalho (MDB). A exoneração ocorre em meio a crescentes pressões internas e externas sobre a condução da educação no estado.
Rossieli, ex-ministro da Educação e nome ligado à ala nacional do MDB, teria entregado o cargo diante da dificuldade de executar projetos sob restrições orçamentárias severas. A crise coloca no centro do debate a vice-governadora Hana Ghassan, responsável pela Secretaria de Planejamento e Administração (SEPLAD), pasta que detém o controle do orçamento público desde a primeira gestão de Helder. A saída do secretário foi interpretada como um sinal de desgaste e embaraço dentro da administração estadual.
A exoneração repercutiu também entre parlamentares da oposição. A vereadora Vivi Reis (PSOL), em publicação nas redes sociais, criticou duramente o ex-secretário. "Rossieli Soares foi exonerado da Seduc. Mas ele não pode sair impune diante dos ataques cometidos contra a educação paraense e os trabalhadores", afirmou. A parlamentar exige responsabilização do ex-gestor, acusando-o de usar o cargo para favorecer interesses privados e pedindo que ele "nunca mais volte a ocupar cargos públicos".
A nomeação de Rossieli à frente da SEDUC ocorreu em 2023 e foi tratada como uma tentativa de reforçar o prestígio técnico e político da pasta. Sua saída, no entanto, levanta dúvidas sobre a capacidade do governo estadual em manter o equilíbrio fiscal sem afetar áreas sensíveis como a educação.
Com a exoneração, a pergunta que paira é: quem irá assumir a SEDUC, considerada uma das pastas mais complexas e estratégicas do governo? O novo nome terá o desafio de recuperar a confiança da categoria, reorganizar os investimentos e retomar os projetos paralisados diante do cenário fiscal crítico.