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São Geraldo, Xambioá e Piçarra discutem futuro do tucunaré e soluções com a nova ponte.

A iniciativa mostra que, quando o diálogo é sincero e os interesses são coletivos, até mesmo o sumiço de um peixe pode servir de estopim para uma revolução silenciosa.

Redação Integrada
Por: Redação Integrada Fonte: Regional 360 com Portal Canaã
20/06/2025 às 16h11
São Geraldo, Xambioá e Piçarra discutem futuro do tucunaré e soluções com a nova ponte.
Foto: Divulgação

No coração do Brasil, onde o Araguaia desenha divisas e encontros, três cidades decidiram remar juntas contra a maré da indiferença. São Geraldo do Araguaia (PA), Xambioá (TO) e Piçarra (PA) se reuniram, não para falar de promessas vãs ou disputas políticas, mas para algo muito mais precioso: o tucunaré e, com ele, o sustento de comunidades inteiras.

O tucunaré, peixe símbolo das águas quentes da Amazônia e do cerrado, não é só um troféu para pescadores esportivos ou um prato farto nas feiras locais. Ele é também um termômetro da saúde dos rios e, de certo modo, da economia de cidades que ainda mantêm laços profundos com suas margens. Mas ele está sumindo. E junto dele, o medo de ver desaparecer o que resta de uma economia que ainda pulsa nas canoas dos barqueiros e nas redes dos pescadores.

Foi nesse clima de urgência e esperança que se deu a audiência pública em São Geraldo do Araguaia. Com a presença do prefeito Jefferson Oliveira (MDB) e representantes das três cidades, discutiu-se o impacto iminente da ponte que ligará Xambioá a São Geraldo. Um feito de engenharia que encurtará distâncias, mas que também ameaça silenciar os motores dos barcos, barracas que por décadas foram o elo entre margens e histórias.

Mas ao invés de lamentar, os municípios decidiram olhar para frente. A pesca esportiva surgiu como solução: uma alternativa que não só respeita o ciclo do tucunaré, mas atrai turistas, movimenta hotéis, restaurantes e serviços uma economia baseada na experiência, não na extração.

Nos próximos meses, os ventos podem soprar mudanças reais. Projetos-piloto de pesca esportiva, cursos de capacitação para barqueiros, investimentos em turismo ecológico. A ponte será finalizada, mas ao invés de dividir, pode unir ainda mais, se for acompanhada de políticas que enxerguem o valor de quem vive do rio e para o rio.

A iniciativa mostra que, quando o diálogo é sincero e os interesses são coletivos, até mesmo o sumiço de um peixe pode servir de estopim para uma revolução silenciosa. Uma revolução que começa em três cidades e pode expandir por todo o Araguaia. Porque, afinal, desenvolvimento sustentável não é só discurso bonito é uma escolha. E essa, felizmente, está começando a ser feita.

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