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Braga Netto chamou Cid de mentiroso em acareação, diz defesa

Militares confrontam versões de depoimentos no STF sobre entrega de dinheiro para financiar operações da tentativa de golpe

Redação Integrada
Por: Redação Integrada Fonte: Moraes Filho - Regional 360
25/06/2025 às 14h53
Braga Netto chamou Cid de mentiroso em acareação, diz defesa
Lima afirmou que o acordo de colaboração premiada de Cid pode ser anulado se os compromissos legais assumidos forem descumpridos Sérgio Lima/Poder360 - 24.jun.2025

O advogado do general Walter Braga NettoJosé Luís Oliveira Lima, disse nesta 3ª feira (24.jun.2025) que o militar chamou o tenente-coronel Mauro Cid de mentiroso durante a acareação no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta manhã. Ambos são réus na ação penal por tentativa de golpe de Estado.

Segundo o advogado, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) permaneceu de cabeça baixa durante o procedimento. “É uma pena que não tenha imagens, por exemplo, do general Braga Netto que, em duas oportunidades, chamou o senhor Mauro Cid, que permaneceu durante todo o ato com a cabeça baixa, de mentiroso. Ele não retrucou quando teve a oportunidade de falar”, declarou Lima a jornalistas.

A acareação é um recurso jurídico que coloca pessoas com versões conflitantes “frente a frente” diante de uma autoridade para esclarecer divergências em seus depoimentos. Foi um pedido da defesa do ex-ministro da Casa Civil para esclarecer a dinâmica do encontro de 12 de novembro de 2022 na residência do general e a suposta entrega de dinheiro para financiar as operações do plano “Punhal Verde Amarelo”.

A audiência começou às 10h18. Participaram o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, o ministro Luiz Fux e o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Foi finalizada às 12h05.

Na saída, o advogado de Braga Netto disse a jornalistas que Mauro Cid “mente o tempo todo”.

Segundo Lima, os 2 mantiveram as versões dos depoimentos, mas o tenente-coronel adicionou um 3º lugar onde o general teria entregado o dinheiro. Segundo a defesa, Cid teria dito, em diferentes depoimentos, que o ex-ministro teria repassado os recursos na sala de ajudância de ordens, depois em duas possíveis garagens.

“São detalhes que ele coloca. Agora ele puxa um 3º lugar onde poderia ter sido entregue o dinheiro. Aí eu perguntei: ‘O senhor tem prova disso?’. Não, ele não tem”, declarou Lima.

Ainda segundo o advogado, Moraes negou que as defesas gravassem a audiência. De acordo com Lima, o ato consiste em uma violação da sua prerrogativa como advogado. “Todos os atos desse processo foram gravados e a opinião pública teve acesso. Neste caso, em que é fundamental pegar os detalhes da fala de cada acareado, foi negado”, declarou.

O advogado informou que acionará a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) sobre o caso. Depois das audiências, as autoridades vão comparar as declarações divergentes para avançar nas conclusões do caso.

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